segunda-feira, 27 de julho de 2009

Humor: o humorista Bruno Mazzeo fala sobre flanelinhas


Sou a favor da originalidade na net, por isso evito repetir aqui coisas que vejo em outros blogs... mas alguns são tão incriveis que vale a pena repruduzir...

as palavras abaixo pertencem ao ator e humorista Bruno Mazzeo, e forem tirados do seu blog, no post " deixa solto":


Os flanelinhas são a praga do mundo moderno. Junto com as operadoras de telemarketing, o mosquito da dengue e a dança do créu. Estão em todos os cantos, surgem incontrolavelmente feito os Gremlins, são mais onipresentes do que a Ivete Sangalo nos intervalos comerciais. Se consideram donos das ruas e, pior, babá dos carros. Afinal, vivem pedindo pra “tomar conta”. Mas como assim "tomar conta"? Meu carro não faz cocô, então não precisa trocar a fralda; não mama, então não precisa colocar pra arrotar; não se mexe enquanto dorme, então não tem risco de cair do berço. Pra que tomar conta? Em termos de segurança? Sei. Como se eu também acreditasse em Papai Noel e nas eleições do Vasco.

Um dia estava eu saindo da faculdade e o flanelinha, após exibir seu sorrizo de Tião Macalé,
comentou: “Roubaram o carro de um colega seu agorinha mermo”. “Na rua de trás?” – “Não, aqui mermo”. – “E você não fez nada?” – “Eu não. Vou me meter com bandido? Num vou mermo”. Entendi. De bandido ele não protegia o carro. Protegia de arquitetos, de professores, de ETs, mas de bandido... pô, aí é querer demais. E eu achando que pagava o Sorriso justamente porque ele evitaria que acontecesse esse tipo de coisa. Mas não. Era só pra olhar mermo. Ou seja, o Sorriso, assim como quase a totalidade dos flanelinhas meio que aluga o belo par de olhos para que seu carro seja, digamos, apreciado. Como meu carro não precisa ter o ego levantado, parei de pagar ao Sorriso. E decidi que só mudaria de idéia caso ele mudasse o discurso: “Ó, agora não tô cobrando mais pra olhar não. Tô cobrando pra sorrir pro seu carro”. Nesse caso eu daria até 100 reais, porque seria justificável.

Os flanelinhas são animais predadores que costumam andar em bando, mas brigam entre si na hora em que surge uma presa. Os sons emitidos pelos flanelinhas vêm sendo estudados por especialistas, que já conseguiram detectar algumas frases completas que fazem sentido ao ouvido humano como “aqui, aqui, aqui!” e “paga adiantado”. Alguns flanelinhas são dóceis com suas presas, mas outros podem ser agressivos e até ameaçadores. Mesmo assim, esses animais continuam agindo livremente por aí, pois a polícia costuma dizer uma frase que aprendeu com os próprios flanelinhas: “deixa solto!”

A partir de agora vai ser assim: quer olhar meu carro? Custa dois reais o minuto. Aliás, dois não, cinco, que o carro é importado. E paga adiantado! Ou então fecha o olho, fica de costas, sei lá. Mas nem ouse olhar pra ele, mesmo
que seja um simples olhar 43, aquele assim, meio de lado, já saindo, indo embora...

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