quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Rio: no verão, flanelinhas cobram até 10 vezes mais por estacionamento


Com a chegada do verão, a ação de flanelinhas se intensifica e vira um transtorno comum no Rio. Cariocas e turistas são coagidos e chegam a sofrer ameaças. A maioria das reclamações diz respeito à cobrança irregular e a preços abusivos que chegam a até dez vezes o valor legal.


Visitar o Cristo Redentor, no Cosme Velho (zona sul), pode se transformar em dor de cabeça logo no início do passeio. A advogada Regina Vaz foi comemorar o aniversário do noivo no ponto turístico e ficou surpresa com o valor cobrado para estacionar o carro.

- Deveriam me cobrar R$ 2 pela vaga e o flanelinha cobrou R$ 20. Quando fui ao Pão de Açúcar me cobraram R$ 10. Paguei para não me aborrecer. Você tira o dia para se divertir e não quer bater boca com flanelinha. Deveria ter fiscalização para evitar esse tipo de extorsão.

Além dos pontos turísticos, a ação dos infratores também se multiplica nas praias. De acordo com a CET-Rio, na orla da zona sul, os guardadores compram o tíquete azul de R$ 2 - que dá direito a estacionamento em vaga de rua - de uma empresa contratada pela prefeitura. O tempo de permanência é único, ou seja, não há limite de horas para ficar no local.

Mas isso só acontece na orla, como conta um porteiro de um edifício no Leblon que não quis se identificar.

- Como tem muita fiscalização na rua da praia, eles respeitam o bilhete azul, mas é só entrar nas ruas transversais que tem flanelinhas cobrando R$ 7, R$ 10 e até R$ 12, principalmente no fim de semana.

Na zona oeste não é diferente. Nos dias de sol na praia da Barra da Tijuca, os infratores "criam" vagas em lugares proibidos, formando filas duplas e causando desordem no trânsito. O morador Eduardo Gomes explica como fica o entorno do prédio onde mora.

- Isso aqui é uma bagunça. Eles [flanelinhas] largam o carro quase no meio da rua, estacionam em cima de canteiros e calçadas, atrapalhando a passagem dos pedestres, e ainda arranham os carros quando não recebem o dinheiro que pedem. Eles ameaçam mesmo.

Além de envolver o crime de extorsão contra motoristas, a atividade dos flanelinhas é considerada exercício ilegal da profissão. A maioria destes guardadores ilegais também pratica delitos nas ruas e está envolvida diretamente com a criminalidade.

De acordo com a Secretaria de Ordem Pública, de janeiro de 2009 a dezembro de 2011, 1.470 flanelinhas foram conduzidos para alguma delegacia de polícia. A maioria dos infratores foi detida no Maracanã (657) e em áreas do centro e da zona sul (577). Ainda segundo a secretaria, 70% dos detidos tinham alguma passagem policial e 3% possuíam mandados de prisão ou estavam foragidos.

Na delegacia, os flanelinhas que não têm antecedentes criminais assinam termo circunstancial se comprometendo a comparecer em um determinado dia diante do juiz para saber a pena. Já os que têm passagem podem ficar presos, caso possuam mandado de prisão. Nenhuma lei prevê prisão em caso de extorsão.

Um novo projeto de lei tramita na Câmara dos Deputados para criminalizar a ação dos flanelinhas com pena de detenção de dois a quatro anos e multa para quem constranger, solicitar ou exigir dinheiro ou qualquer vantagem para explorar a permissão de estacionamento de veículo em via pública. O projeto ainda aguarda a designação de um relator na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado na Câmara.

FONTE: R7

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