terça-feira, 14 de agosto de 2012

Flanelinhas voltam às ruas da cidade de Sorocaba


No dia seguinte após os guardadores informais de veículos terem sido colocados contra a parede pela polícia e indiciados por contravenção na Delegacia de Polícia as vagas de estacionamento público das ruas onde foram abordados na quarta-feira estavam novamente sendo vigiadas pelos flanelinhas na tarde de ontem. Os motoristas que paravam nas imediações do Hospital Regional e na Praça Frei Baraúna eram abordados e vários entregaram as moedas ao deixar o local. O delegado da Polícia Civil, Acácio Aparecido Leite, disse na tarde de ontem, que as operações continuarão sendo realizadas em datas surpresas e em novos lugares da cidade para coibi-los de continuarem atuando em exercício ilegal da profissão. Explicou que os flanelinhas que voltarem a serem flagrados serão considerados reincidentes.

Segundo o delegado Leite, os 19 guardadores indiciados na quarta-feira responderão por exercício ilegal da profissão no Juizado Especial Criminal e poderão ser condenados à prestação de serviços à comunidade. A Polícia Civil agiu contra a prática dos flanelinhas com base em lei e decreto federais da década de 1970, que regulamentam o exercício do guardador de veículo desde que esteja registrado na Delegacia Regional do Trabalho, mediante a apresentação de prova de identidade, atestado de bons antecedentes, certidão dos cartórios criminais, estar em dia com as obrigações eleitorais e com o serviço militar obrigatório. Durante a operação na tarde da quarta-feira a polícia constatou que mais da metade deles tinha antecedentes criminais.

A Urbes Trânsito e Transportes pensa na possibilidade de incluir os flanelinhas de forma regular e formalizada em um serviço rotativo de estacionamento em Sorocaba. Para isso, um projeto de lei de autoria do prefeito Vitor Lippi (PSDB) já está na Câmara Municipal aguardando a votação dos vereadores com o objetivo de terceirizar os espaços públicos para estacionamento concedendo a uma empresa privada. A ideia da Urbes é que o controle seja feito eletronicamente. O estacionamento rotativo funcionaria como a Zona Azul que está abandonada, sem fiscalização, conforme reclamam comerciantes.

O aposentado Wilian Gonçalves, 72 anos, é favorável à legalização dos serviços do flanelinha, mas é contra a forma como eles atuam hoje em Sorocaba. Afirma que raramente contribui, a não ser que fique com muita pena ao perceber tratar-se de uma pessoa realmente necessitada. Alega que já paga muitos impostos e que o estado deve garantir as vagas e a segurança ao invés de permitir que isso seja explorado por outros, gerando mais despesa aos motoristas. Declarou que já presenciou várias discussões entre flanelinhas pela disputa de um ponto. Diz que nunca flagrou agressões físicas, mas notou que habitualmente os mais antigos ou os que intimidam, seja pelo porte físico ou agressividade, são os que exploram um determinado local.

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